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(minha história com) Perry Rhodan

Quando eu era criança, lia muitos livros publicados pela editora Ediouro. Havia uma série chamada Elefante que consistia de adaptações de obras clássicas para o público infantil e infantojuvenil, e que eu adorava. A editora possuía um sistema de vendas por reembolso, em que o cliente pedia os livros por correios e depois os retirava em uma agência, somente então pagando os custos. Nos livros era comum haver uma lista de outras obras, além da ficha que deveria ser enviada.

Em algum momento, eu decidi pedir um livro de uma série chamada Perry Rhodan, sobre a qual eu pouco sabia — era de ficção científica e possuía centenas de números. Algo que chamava a atenção eram os resumos dos ciclos das séries (conjuntos de 50 ou 100 livros), que soavam bastante bizarros (até hoje soam) como, por exemplo, o do ciclo “Os Cappins”:

“Perry Rhodan utiliza o deformador de tempo-zero para viajar ao passado da Terra e encontra os Takerer e Ganjasen, povos da família Cappin. Acaba conhecendo Ganjo Ovaron, usa a Marco Polo para viajar à Galáxia de Gruelfin e ajuda Ovaron contra a Mãe Original”.

Que loucura era isso?

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Publicado por em 19/04/2023 em Geral, Literatura

 

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James Bond

Em preparação ao novo filme de James Bond, fiz uma maratona e assisti, alguns novamente, outros pela primeira vez, aos filmes anteriores da franquia. Após muito sofrimento e ocasionais bons momentos, cheguei a algumas conclusões.

É importante ressaltar os critérios (ou gostos) que norteiam minhas opiniões. Creio que em um bom filme do espião James Bond é necessário haver boas cenas de espionagem. Espanto: há vários filmes em que nada disso ocorre, Bond sendo mais um policial ou quase um político em viagem. Não esqueçamos que 007 é para ser um dos maiores espiões do Reino Unido – e que muitas vezes é alguém incapaz de lutar desarmado, que erra todos os tiros, que é capturado que nem um imbecil, principalmente no início da série. Assim, disfarces bem feitos, armas secretas inteligentes, a busca por desbaratar planos maquiavélicos de países ou corporações inimigas valem como ponto positivo. Ao mesmo tempo, disfarces estúpidos, armas ridículas, e vilões paroquiais contam como pontos negativos. Independente dos planos, grandes vilões podem salvar filmes fracos, e maus vilões podem afundar bons roteiros; vilões que contam seus planos e, ao invés de matar Bond imediatamente, fazem planos mirabolantes para eliminá-lo, possibilitando fugas, também contam negativamente.

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Publicado por em 03/01/2022 em Geral

 

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Star Trek – vários

Fiquei de escrever mais um pouco sobre as séries do Star Trek, e estou devendo. Farei algo bem resumido, mais como dica do que como crítica. Durante a pandemia assisti mais de 200 episódios…

Star Trek: The Original Series – Divertida, com atores muito carismáticos. Episódios mais longos do que deveriam – 50 minutos é demais, 45 seria melhor. Um problema geral é que o início dos capítulos é por demais lento, e as conclusões são feitas rapidamente – o ritmo não é bem distribuído. Um episódio brilhou mais que os outros: The City on the Edge of Forever. A primeira temporada é a melhor, a terceira já possui pouco combustível.

Star Trek: The Animated Series – Divertido, vale ver uns dois ou três episódios quaisquer, pela diversão.

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Publicado por em 13/04/2021 em Séries

 

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MCU – Top 2

Com o coronavírus estamos tendo uma pausa de filme de super-heróis, algo que não acontecia há muito tempo. Na década de 90 e antes, filmes assim eram bastante raros, feitos de um em um. Depois, passamos a ter quatro, cinco filmes ou até mais ao longo de um ano.

Grande parte da culpa vem da Marvel Disney, que criou um padrão de filmes facil de ser replicado: grande atores, bons efeitos especiais, e roteiros muito próximos sendo repetidos à exaustão. Ao mesmo tempo, conseguem agradar críticos e fãs, com roteiros seguros e nada ambiciosos.

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Vendo todos os filmes de herói já feitos, vejo que aqueles que acho não apenas bons filmes de herói, mas bons filmes em geral, vêm de outras empresas – a DC Comics ou a Sony utilizando a franquia da Marvel. Lembro quando vi o primeiro Homem de Ferro: pensei como era similar aos filmes do Homem-Aranha do Sam Raimi, mas não tão bom. E seguiu assim.

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Publicado por em 19/08/2020 em Cinema, Geral

 

Star Trek: The Next Generation – Season 2

Chegamos na segunda temporada de Star Trek TNG. Ainda um degrau antes da incrível temporada 3, os escritores conseguiram deixar para trás o pior da primeira temporada. Não temos nenhum episódio como “Justice” aqui.

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Mudanças de atores – tivemos duas. Com a saída de Denise Crosby (Tasha Yar), entrou Whoopi Goldberg (Guinan). Estamos falando aqui de duas atrizes muito distantes artisticamente. Crosby nunca foi mais que uma atriz fraca, enquanto que Goldberg é lendária. Guinan não aparece muito, mas é uma personagem interessante.

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Publicado por em 07/08/2020 em Séries

 

Star Trek: The Next Generation – Season 1

O tempo voa! Ver que o último post aqui é de mais de 3 anos atrás… e meu! Pensava que entretempos estariam postando, mas aposto que todos pensaram a mesma coisa.

Enfim, aqui estamos de volta. Tempo de quarentena, acabou que estou assistindo tudo que posso. Já estou raspando o fundo do barril cinematográfico, parece que já vi tudo que presta e tudo que não presta também. Então passei para as séries.

Antes da quarentena eu era basicamente um noobie em relação ao Star Trek. Havia visto alguns episódios da série original e um ou outro filme. Estava totalmente por fora. Decidi começar a ver The Next Generation em ordem…

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Publicado por em 30/07/2020 em Séries

 

Destruction of Army Group Center – relato

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Antigamente era mais comum haver relatos de wargames aqui, e não há nada como voltar à tradição.

Este foi o primeiro wargame que comprei, lá em muito tempo atrás. Fui totalmente no chute, visto que eu ainda não conhecia ninguém que curtisse esse estilo de jogo. A World at War é uma revista da mesma empresa que faz o Strategy & Tactics – além do jogo há várias matérias sobre guerra. O melhor é que sempre acompanha uma matéria longa sobre o evento retratado no jogo.

O mais incrível é que o jogo é de fato muito bom. Ele lida com os últimos dias do Grupo de Exércitos Centro (wikipedia), e é um jogo que dura entre 2 horas e meia e 3 horas, com regras relativamente simples – embora com chrome na medida certa entre o realismo e a diversão.

O jogo se inicia na configuração abaixo:

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Dylan Dog – editora Lorentz

Hoje entrei na banca de jornais e, que alegria – descobrir que Dylan Dog voltou a ser publicado no Brasil! No início serão apenas 3 edições, mas vai que…

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É uma editora pequena, parece ser a única coisa que já lançaram. Porém, a edição é ótima. Pra começar, é no formato original italiano. Admito que eu não conseguia ler as edições da Mythos:

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Publicado por em 13/05/2017 em Geral, Quadrinhos

 

“Logan” – crítica do filme

logan-movie-poster-117 anos após termos visto o primeiro filme do X-men, surge, contra todas as expectativas, um dos filmes mais originais sobre heróis já feito, que trata de temas que nenhum dentre as dezenas já feitas sequer chega perto de tratar – a mortalidade. Passado em um futuro próximo, mas sem nenhum dos sonhos da humanidade realizados – não temos tecnologia de ponta ou carros voando pelos céus – na verdade, tirando alguns detalhes, é igual ao nosso mundo de hoje, mas piorado. A palavra chave para o setting e para o filme é: desolação.

O filme inicia com Logan (Hugh Jackman) trabalhando como chofer, um alcóolatra cujos poderes de cura já não funcionam bem, guardando seus lucros para comprar remédios para Charles Xavier (Patrick Steward), um nonagenário que não consegue mais controlar os seus poderes. Junto de Caliban (Stephen Merchant), os dois sonham em conseguir dinheiro o bastante para comprar um barco e sair da sociedade, passar seus últimos dias no mar.

Os mutantes são parte do passado. Há mais de vinte cinco anos nenhum mutante surgiu, e a maioria dos que conhecíamos já morreu. Mas surge Laura (Dafne Keen), uma menina que possui poderes estranhamente similares ao de Logan – e, com ela, toda uma força governamental que deseja aniquilá-la. Assim, esses últimos mutantes saem em busca de um local talvez real, talvez não, chamado Éden, um paraíso onde mutantes sobreviventes estariam protegidos.

Emocionalmente o filme gira em torno de um tema raramente (ou jamais) visto em filmes de heróis – a velhice e a mortalidade. Até então os heróis sempre foram não apenas invencíveis, mas imortais – mesmo as raras mortes que ocorrem nos filmes são geralmente de personagens secundários (e que podem retornar a qualquer momento). Em Logan, Wolverine e o Professor X são homens velhos, Caliban é frágil, e a sombra da mortalidade é constante, uma assombração que paira sobre o filme até a última cena (literalmente).

Vale notar que o filme é bastante violento, com cabeças decepadas e sangue em grande quantidade. Mas vale elogiar que essa violência nunca é gratuita, mas corrobora com o sentimento de desolação do filme. O assassinato é sempre visto como o último recurso, e reflexo de um mundo onde não há esperanças. Em suma, as mortes não são feitas para serem vibradas, mas desprezadas.

Em espírito este filme é muito mais próximo a um faroeste do que propriamente a um filme de herói. Muitos compararam Logan com os grandes filmes de Clint Eastwood, e é uma comparação coerente. Outros filmes com uma tocada similar seriam Filhos da Esperança ou A Estrada. Também por isso o filme é mais adequado a uma platéia adulta, muito distante de qualquer outra produção da Marvel (ou mesmo da DC Comics). The Dark Knight seria um pouco mais próximo, mas mesmo nesse filme ainda temos muitos malabarismos heróicos – a Batmoto, cair de um edifício de cem andares sem sofrer um arranhão, os planos impossíveis do Curinga, etc. Logan é bastante pé no chão até onde um filme de herói pode ser. Não temos vilões como Curinga ou Zola, com planos absurdos, ou com desejos estilo James Bond de conquistar o mundo ou trazer o apocalipse. Na verdade, a intenção dos vilões não é diferente daquelas de uma Monsanto ou qualquer grande corporação atual, isto é: dominar o mercado, conseguir lucro mesmo que isso exija você matar a concorrência. Como dito, o futuro que é mostrado é só um passo além do nosso.

Apesar do clima lúgubre, o filme faz uso de uma estrutura narrativa bastante complexa no que se refere ao meta, às auto referências. Existe um condutor do filme que são os próprios gibis dos X-Men, e a mensagem passada – além de uma referência direta a um filme de faroeste, Shane – é uma que deveria servir para todas as histórias que são contadas, sejam elas revistas em quadrinhos, filmes ou livros. Pois parte de nosso intelecto depende daquilo que aprendemos através de histórias, dependemos delas para aprender, refletir, julgar. E Logan é o primeiro filme de herói em que isso, nos contar algo, nos mostrar algo real através da ficção, está milhas à frente do resto – à frente de malabarismos, efeitos especiais, missões impossíveis. É por isso que para mim Logan satisfez não apenas como um filme de heróis – ele me satisfez como filme, como uma história que foi contada, sobre a qual podemos pensar.

 

 

 
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Publicado por em 23/03/2017 em Geral

 

Last Will – resenha

“Então esta é a propriedade que eu lhe falei antes”, informou o corretor, apresentando uma enorme mansão no bairro mais procurado da cidade pelos novos ricos. “Tem cerca 8 mil e quinhentos metros quadrados de área útil, incluindo uma piscina de 25 metros, uma quadra de tênis, um espaço poliesportivo, uma casa de hóspedes com quatro suítes e, claro, a construção principal é a Mansão Branca, chamada assim devido ao márm-.”

“Esse jardim deve ser caro para manter”, cortou o comprador.

O corretor hesitou, atrapalhado no meio da apresentação decorada que tinha preparado, mesmo assim recuperou o momento de sua fala: “Hã, sim. O jardim era o orgulho da madame Carolina e, de fato, já recebeu prêmios de algumas revistas especializadas.”

“Quanto você supõe que custa para manter esse jardim?”

Demorou alguns segundos para que o corretor avaliasse que não havia alguma armadilha na pergunta. “Acredito que o valor fique entre 3 a 5 mil por mês, senhor.”

O comprador pôs a mão no bolso e dali tirou o celular. Ele digitou alguns números e, depois, esperou por algum tempo. “Herman, oi, sou eu”, apresentou-se a quem estava do outro lado da linha. “Ah, sim, tudo. Ei, preciso saber: quanto eu ainda tenho?”

O corretor ficou subitamente interessado na conversa que fingia não escutar.

“Tudo isso? Mas que desgraça maldita.” O comprador não parecia feliz. “Você não reservou a mesa que pedi no Le Comid Ben Carin? Como assim eles não aceitam reservas por uma semana? E um mês? Também não? Eles não gostam de dinheiro, é isso? Então faz o seguinte, chama o Douglas. Sim, o Douglas. É, meu amigo lá do clube. Fale com ele e diga para ele chamar quem ele quiser e ir para esse restaurante safado e que fiquem o dia todo pedindo comida.” Houve um momento de silêncio da parte do comprador. “Sim, eles podem comer, é claro. Mas não precisam, se não quiserem. Mas tem que pedir sem parar. Depois junta tudo e traga para… um momento.”

O comprador deixou o celular de lado e voltou-se para o corretor, que disfarçava sua atenção mexendo na mureta de pedra que cercava a propriedade.

“Qual é o endereço daqui?”, perguntou o comprador.

“Alameda Leste, 1322”, o corretor respondeu.

“Obrigado”, agradeceu o comprador. “Alameda Leste, 1322”, disse, agora de volta à conversa pelo celular. “Sim, traga tudo que puderem. Terá uma festa aqui hoje. Ah, um momento.” O comprador tirou o telefone do ouvido e fez outra questão ao corretor: “Você diria que o valor dessa propriedade está em alta?”

“Ah, sim. A região está em franca expansão e a previsão é que os preços subam nos próximos anos.”

O comprador deu de ombros. “É, terei que fazer algo com relação a isso depois.” De novo ao celular falou: “Ah, e diga para o Douglas contratar o chef do restaurante. Quanto? Tanto faz quanto for. Isso, Alameda Leste, 1322. Ok, tchau.” Desligou o telefone. “Desculpe por isso. Bem, considere comprado o local.”

Um sorriso largo espalhou-se pelo rosto do corretor. “Excelente! Eu tenho o contrato aqui…”

“Uma coisa só”, falou o comprador, fazendo o ânimo do corretor murchar um pouco. “Você conhece bastante pessoas?”

“Sim… algumas, por quê?”

“É que terá uma festa aqui esta noite e eu quero que seja… hum… de arrasar.”

LAST WILL – O JOGO

Imagem por karel_danek
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Publicado por em 25/01/2017 em BoardGames, resenha

 

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