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Destruction of Army Group Center – relato

01 jun

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Antigamente era mais comum haver relatos de wargames aqui, e não há nada como voltar à tradição.

Este foi o primeiro wargame que comprei, lá em muito tempo atrás. Fui totalmente no chute, visto que eu ainda não conhecia ninguém que curtisse esse estilo de jogo. A World at War é uma revista da mesma empresa que faz o Strategy & Tactics – além do jogo há várias matérias sobre guerra. O melhor é que sempre acompanha uma matéria longa sobre o evento retratado no jogo.

O mais incrível é que o jogo é de fato muito bom. Ele lida com os últimos dias do Grupo de Exércitos Centro (wikipedia), e é um jogo que dura entre 2 horas e meia e 3 horas, com regras relativamente simples – embora com chrome na medida certa entre o realismo e a diversão.

O jogo se inicia na configuração abaixo:

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Eu estava jogando com os russos e meu objetivo era conseguir 31 pontos até o turno 9, ou conquistar Konigsberg (centro do mapa à esquerda) – a maior parte dos pontos vinham de cidades espalhadas pelo mapa (4 pontos cada), além de que um caminho livre até o mar báltico que também forneceria muitos pontos (10). Há algumas vilas espalhadas que davam 1 ponto cada.

O jogo é uma corrida contra o tempo. No início os russos possuem muitos pontos de “reposição”, então perder unidades não é o problema maior – mas sim o tempo que o jogador gasta para repô-la e voltar a andar. O jogo usa um sistema tradicional de tabela cruzada – dado vs. a diferença entre o ataque e defesa – e ocasionalmente ocorre o resultado “Bloody Bath” – um banho de sangue: todo mundo envolvido na batalha leva dano. Isso é excelente para os alemães. Na verdade, muitas vezes é mais interessante para os alemães levar qualquer tipo de dano do que recuar, mantendo assim a linha de defesa (inclusive uma das opções do jogo é jogar com uma famosa ordem de Hitler de “jamais recuar” – toda vez que o resultado seria o recuo, a unidade leva dano).

Como podemos ver na imagem acima há vários pontos de conflito na linha inicial. Jogando com meu amigo consegui atravessar bem quase todas as fronteiras, com exceção das batalhas no sudoeste:

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Muitas unidades minhas ficaram travadas na defesa alemã, o que me custou alguns pontos essenciais.

Conforme o jogo avança, as reposições soviéticas vão decaíndo e as alemães aumentam. Mas o pior para o lado russo é que, no turno 6, todas as suas unidades são consideradas Out of Suply – sem suprimentos – o que dá uma penalidade nas batalhas e, pior que tudo, obriga o jogador a lançar um dado para determinar o movimento de cada peça. E nessas horas muitas unidades acabam ficando presas – com resultados baixos avança-se pouco ou nada.

O jogo é bastante equilibrado e tende a terminar com pouquíssima vantagem para o lado vencedor. Eu busquei pontos de tudo que é jeito, no final me concentrando em pegar duas cidades maiores, Riga e Praga.

Essas foram batalhas de último turno, e eu precisava conseguir ambas – mas consegui apenas 1 delas.

Também tentei conquistar o litoral, mas os alemães conseguiram bloquear o meu caminho. Terminei com 29 pontos, faltando 2 para minha vitória. Tivesse conseguido 2 vilas pequenas teria conseguido, mas a entrada tardia lá nos primeiros turnos na região sudoeste cobrou seu preço.

Este é o mapa no final:

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Foi uma partida muito divertida. O jogo representa muito bem o conflito e permite aos jogadores entenderem o que ocorreu na época, as dificuldades de locomoção e suprimentos. É equilibrado e possui uma lógica coerente, além de objetivos de fácil compreensão, com vários caminhos possíveis.

 

Uma resposta para “Destruction of Army Group Center – relato

  1. Tiago Perretto

    01/06/2017 at 7:20 PM

    É realmente um jogo bem diferenciado! A dinâmica dos lados – um muito mais forte e outro buscando apenas resistir o quanto for possível -, fornece possibilidades bem legais.

     

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