Star Trek – vários

Fiquei de escrever mais um pouco sobre as séries do Star Trek, e estou devendo. Farei algo bem resumido, mais como dica do que como crítica. Durante a pandemia assisti mais de 200 episódios…

Star Trek: The Original Series – Divertida, com atores muito carismáticos. Episódios mais longos do que deveriam – 50 minutos é demais, 45 seria melhor. Um problema geral é que o início dos capítulos é por demais lento, e as conclusões são feitas rapidamente – o ritmo não é bem distribuído. Um episódio brilhou mais que os outros: The City on the Edge of Forever. A primeira temporada é a melhor, a terceira já possui pouco combustível.

Star Trek: The Animated Series – Divertido, vale ver uns dois ou três episódios quaisquer, pela diversão.

Star Trek: The Next Generation – Achei a terceira temporada fenomenal, a melhor de toda a marca. Como sendo episódios acima da média, marquei The Enemy, The Vengeance Factor, The Hunted, The High Ground, The Offspring e The Most Toys. Se você ver um desses e não curtir, provavelmente não vai curtir a série. O nível alcançado aqui não foi superado nem nessa série, muito menos em qualquer outra da franquia. E eu acredito que há uma razão – ou melhor, uma pessoa responsável por isso. Era quem coordenava os roteiros (e inclusive escreveu alguns, incluindo o fabuloso The Measure of a Man, da segunda temporada): Melinda M. Snodgrass.

Para mim, que tornou essa série especial, incrível, foi essa mulher acima – e, claro, todos aqueles que estavam subordinados a ela. A partir dela algo muito especial passou a fazer parte – e ser exigido – de cada episódio da série. Com exceção de The City on the Edge of Forever, de Harlan Ellison, não há grandes roteiros na série original. Foi essa escritora que mudou isso. Ela elevou o patamar de forma determinante.

Já a quarta temporada… pessoal gosta bastante, e talvez seja só o cansaço com a ideia em si, mas não curti. Inclusive episódios muito elogiados não me agradaram. Passam a repetir ideias anteriormente já utilizadas. Porém, há um episódio brilhante – The Drumhead. Na quinta temporada volta a haver com mais frequencia episódios excelentes (I, Borg, The inner Light), meio que tomaram o rumo certo novamente.

Star Trek: Voyager – Voyager é curioso. Um episódio qualquer, escolhido aleatoriamente, provavelmente vai ser um tanto fraco. Porém, os melhores episódios são fabulosos, estão entre os melhores da série. Quatro episódios achei fantásticos, lidando com temas bastante complexos de forma adulta e inteligente: Tuvix, Scorpion, Living Witness e Year of Hell. Esse último é o cerne do Battlestar Galactica, mas melhor, mais adulto, mais complexo (os produtores do BSG trabalharam no Voyager e nesse episódio também).

Algo similar ocorre com o Deep Space 9, que, admito, ainda não vi tantos episódios assim. De vez em quando sai uma joia rara (não tão boas quanto do Voyager), mas na maior parte da vezes é ok. E outra origem do BSG – os changelings…

Star Trek: Enterprise – Igualmente curioso, mas pela razão oposta: tudo é OK. Os atores são bacanas, os episódios são bacanas, a ideia é bacana… e nada mais. Não vi um episódio que tenha me surpreendido, um fora do padrão. Também não vi nenhum episódio horrível. Tudo é mediano. Não sei nem o que sugerir… talvez a quarta temporada, mas não por muito.

Picard – Não curti. Muito violento, não carrega as ideias inovadoras do Star Trek – paz, aceitação, descobrimento. Bem dizem que, nas décadas de 1960 e de 1990, os princípios da série estavam totalmente contra o padrão das épocas (guerras, violência nas ruas, racismo, etc.). Quer dizer, os mesmo de agora. E fizeram Picard extremamente violento argumentando que é “moderno”, que agora as coisas estão assim. Mas ir contra isso é que tornou a série especial. Claro que há interesse em rever Patrick Stewart novamente, além de outros comparsas antigos. E amarraram bem o final do Data, corrigiram o erro do Nemesis.

Discovery é superior. Melhores personagens, roteiros mais bem amarrados. Os episódios com Mudd são os melhores da primeira temporada. Aqui conseguiram entender melhor o espírito da coisa.

Pra não dizer que tanta violência e depressão é algo novo, essas série novas me lembram bastante o Star Trek III: The Search for Spock, certamente inspiração. The Wrath of Khan já seguia com essa intenção, ambos sem participação efetiva do Roddenberry: as roupas militares, as mortes (a do filho de Kirk deve ser a sequência de cenas mais triste de toda a franquia).

Melhor filme do Star Trek: Galactic Quest. Esse é, de longe, o melhor filme da série, onde melhor entenderam o conceito, as personagens, os melhores atores, o mais divertido. Não é realmente Star Trek?

Pior pro Star Trek.

Entre os filmes oficiais, o The Search of Spock considero superior aos outros. Roteiro redondo, bem filmado, bem atuado, arco dramático bem urdido, completamente satisfatório. O Wrath of Khan também é bacana. First Contact tem sua importância para o cânone, mas as cenas feitas no planeta Terra não me convenceram, o orçamento devia estar apertado.