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BASH!: BASIC ACTION SUPER HEROES, ULTIMATE EDITION – Resenha

28 fev

Uma alternativa aos standards do gênero que não ignora as conquistas mecânicas até então criadas para  RPGs de super-heróis

Por Guido Conti

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Pois é meus caros, Eu estava me perguntando ultimamente se tem um sistema tão bom quanto o Mutants and Masterminds (M&Ms; para os íntimos) na criação de jogos de super-heróis. O sistema consegue dar uma ampla gama de poderes a partir de construções dos próprios jogadores mas ao mesmo tempo a mecânica pode atrapalhar em certas propostas de histórias e se torna inviável em outras (quando o cenário pede poderes mais exagerados, com alcance mais ao nível de um Aberrants ou um Authority por exemplo). Mas claro, o sistema ainda é o melhor para super-heróis… exceto que já surgiram sistemas com a proposta de melhorar mecanicamente o sistema passando por cima justamente destes aspectos mais restringentes mas sem abandonar a essência da sua inspiração. Um dele é o que comento agora o BASH! (Basic Action Super Heroes).

Este interessante sistema já está por aí desde 2009. Escrito por  Chris Rutkowsky e publicado pela editora que cuida exclusivamente da linha a Basic Action Games, o RPG tem se tornado a preferencia de muitas mesas pelos EUA afora em razão da simplicidade de seu sistema. Simplicidade não quer dizer omissão, pois o BASH! consegue fazer muito bem o equilíbrio entre regras simples de entender e jogar e opções dadas aos utilizadores do sistema. Ele tem opção para tudo que se imagina e é user friendly. Aspectos de um bom sistema. Vamos ao crunchy.

O sistema tem três atributos apenas: Brawn (combate; envolve vigor e força também), Agility (destreza corporal e coordenação olho-mão) e Mind (inteligencia e força de vontade). Os níveis variam entre 0 e 5 nos atributos, mas isso também é modificado pelos níveis de jogo que são quatro: Mystery Men, Street Level, World Class e Cosmic (que também tem respectivamente a pontuação de personagem 20, 25, 40, e 60 ou mais). Após distribuir os pontos de atributos (aqui 2 por 1) o jogador decide se o personagem tem alguma fraqueza (tipo criptonita, ou magnetismo, se voce for um robo, etc).

Passa-se aos poderes. São sete categorias de habilidades: Movement (movimento) , Combat (combate), Perception (percepção), Mental (mental), Intense Training (treinamento intensivo), Mastery (domínio) e Bio-Manipulation (bio manipulação). Os poderes não incorrem numa lista gigante em que há a descrição específica diferenciando entre o punho coberto de energia e as garras retráteis. O sistema usa a saída elegante do M&Ms; nós temos efeitos base que são modificados usando Limitations e Enhancements (Limitações e Ampliações ) para se obter o efeito desejado. Já localizei alguns probleminhas, mas isso decorre da super simplicidade do sistema. Com o mínimo de engenhosidade são fáceis de contornar. Numa nota interessante, caso o mestre resolva fazer uma aventura de heróis estilo Era de Ouro (Doc Savage, Fantasma, Dick Tracy, Fantasma, etc), ele deve limitar a escolha dos “poderes” à categoria de Intense Training. Uma boa sacada do designer. Há também a descrição de poderes ‘cósmicos’ para aquelas campanhas ou NPCs de poderes muito amplos. Essa parte está numa seção separada, mais para o mestre. Entretanto a opção está lá e achei de muita consideração do designer pensar naqueles que querem campanhas desta magnitude. Outro ponto positivo, com certeza.

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Passamos às perícias. No sistema há duas categorias: mentais e físicas (respectivamente uma se relaciona ao atributo Mind e a outra categoria ao atributo Agility). O números de pontos para comprar perícias dependem do nível no atributo (Mind 2 dá dois pontos perícias mentais e 5 de Agility dá 5 pontos em pericias físicas). Voce pode gastar mais de um ponto na mesma perícia ou comprar uma especialidade (que dão re-rolagens em caso de falha no uso da perícia).

O sistema funciona da seguinte maneira. Ele usa apenas 2d6. Quando se faz um teste referente a um determinado atributo, observa-se se há a perícia pertinente pro caso em tela (ex.: o jogador que escalar um prédio sem equipamentos). Se não, usa-se o resultado somado da rolagem dos 2d6 multiplicado pelo atributo menos 1 (então se o cara tem 2 de Agility ele fica com 1 pro teste vezes a rolagem dos 2d6). Se o cara tem a perícia, multiplica-se a rolagem pelo valor do atributo não modificado (e, consequentemente, para cada ponto adicional investido, soma-se 1 ao atributo para fins de multiplicação da rolagem). Existe uma tabela de feitas que mede a dificuldade de testes estáticos (sem oposição ativa). Caso o jogador role dois números iguais ele pode rolar mais um dado que se rolar o mesmo número mais uma vez pode ser re-rolado mais uma vez e por aí vai até somar o valor total da rolagem. No caso de combates a regra são testes resistidos onde é permitido um teste de defesa (dividido em defesas mentais e físicas). Caso o ataque atinga (ou sejam, o resultado da rolagem de ataque não supere o de defesa) ainda há um teste de absorção de dano (como a diferença é que determina o dano, os personagens no geral tem muitos pontos de vida). Para ajudar os testes ainda existem os Hero Dice, que podem ser comprados pelos jogadores para somarem ás rolagens, resistir efeitos de estado (como desorientação, terror, náuseas), etc.

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Há também um sistema de vantagens e desvantagens onde estas são obtidas mediante o pagamento de ponto por ponto, então se começa com 0 em ambas as características, mas 1 de desvantagem permite comprar 1 ponto em vantagem e por aí vai. Fraquezas, como as citadas acima, são tão centrais ao personagem que tem uma mecânica própria então por isso foram separadas desta seção.

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Bom meus caros. Esta é a sugestão da semana. Então se voce procura um sistema bacaninha mas que não deva nada às engines mais complexas BASH! é uma boa aposta. Eu recomendo. Bom final de semana e sucesso!

 
5 Comentários

Publicado por em 28/02/2013 em RPG

 

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5 Respostas para “BASH!: BASIC ACTION SUPER HEROES, ULTIMATE EDITION – Resenha

  1. Guilherme

    28/02/2013 at 3:10 PM

    Curti a resenha guido!

     
    • guidoconti

      28/02/2013 at 4:34 PM

      Oi Guilherme,

      Recomendo a aquisição. Esse, na verdade, é um bom sistema para ensinar outras pessoas como jogar. Mas serve aos propósitos do jogador experiente. Pode experimentar que é um bom produto ( arte interna também é legal).

      Abraço!

       
  2. Darkann

    12/10/2014 at 11:40 AM

    Guido eu não entendi como voce descobre os valores de ataque e defesa e como funciona na pratica o sistema de combate ! se pude passar por aqui agradeço…

     
    • guidoconti

      12/10/2014 at 2:53 PM

      Olá meu caro Darkann,

      Pelo que me recordo o BASH funciona da seguinte forma: Primeiro determina-se a iniciativa para saber a ordem dos jogadores e NPCs no turno. Essa parte tem dois modelos que podem ser adotados pelo mestre: a) quem tem atributo Agility mais alto vai antes. Empates são resolvidos rolando 1d6. Poderes com Concentration vão para o final da rodada (e entre estes, a Agility maior vence); b) Rola-se 2d6 x Atributo Agility + Modificadores de Poderes/Vantagens. Definidas as ordens, vamos ao combate. O atacante rola 2d6 x Atributo Agility para acertar (há poderes que usam Mind, como um Mind Blast). Alguns poderes em Área não precisam rolar para acertar. A Defesa do alvo (que é o valor que voce deve superar pra atingir o alvo) é calculado com base em Agility (ou seja 2d6 x Atributo Agility). A Defesa Mental (para aqueles ataques que usam Mind para acertar) tem um teste de defesa parecido (2d6 x Atributo Mind). Caso supere o acerto supere a defesa, SEPARADAMENTE voce rola o dano (que varia de acordo com o nível do poder que voce comprou;por exemplo, se tenho 3 de Special Attack: Jato de Eletricidade [o dano de ataques Ranged/Area são baseados em Mind], o dano é 2d6 x 3 + Mind). Esse dano pode ser absolvido, ou seja subtraído, pelo teste 2d6 x Atributo Brawn (ou Mind, dependendo da natureza do ataque). Dessa diferença se subtraem os Pontos de Vida do alvo. Há poderes que aumentam essa absorsão, ou os negam completamente, como pode imaginar.

      Claro que há modificadores para alterar vários aspectos desta mecânica em vários aspectos, mas a essência não muda.

      Abraço e tudo de bom.

       
  3. Filipe Cunha

    12/03/2015 at 9:08 AM

    Para quem se interessar, o BASH tá em financiamento coletivo pra chegar ao Brasil!
    http://www.kickante.com.br/bash

     

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